 | A presença do ator André Ramiro (Tropa de elite) e o apoio do rapper Emicida (que citou o evento em duas de suas músicas) parecem não ter sido suficientes para o poder público reconhecer a importância do Duelo de MCs. Atração semanal das noites de sexta-feira debaixo do Viaduto de Santa Tereza, no Centro de BH, as batalhas que atraem cerca de 700 pessoas acabam de ganhar registro no CD/DVD O som que vem das ruas, além de turnê pelo projeto Conexão Vivo, com passagens por Salvador (BA) e Belém (PA).
Ainda assim, às vésperas de o evento completar quatro anos, Pedro Valentim (o PDR), Leonardo Cezário (Leo), Roger Cândido (DJ Roger Dee), Júnior Duca Soares (DJ Juninho) e Thiago Antônio Costa de Almeida (o Monge) foram convidados pela Regional Centro-Sul e por representantes da Polícia Militar de Minas Gerais a transferir o evento para um espaço fechado, além de torná-la itinerante. O argumento seria o crescimento do público. Alega-se que não há como garantir segurança no local.
LOCAL IDEAL “O Viaduto de Santa Tereza é o local ideal, porque cabe mais gente”, afirma PDR, salientando, no entanto, que eles nunca contaram com segurança de fato, por mais que a reivindicassem. Como possuem alvará da Prefeitura de Belo Horizonte para promover o duelo até dezembro, o coletivo Família de Rua anuncia que vai prosseguir com o evento debaixo do viaduto. Além de uma carta de apoio, via internet, abaixo-assinado tem circulado todas as sextas-feira no local, em busca do apoio dos frequentadores. DJs e rappers fazem pesquisa para traçar o perfil do público que assiste à batalha. “Há de adolescentes a adultos, gente de todas as faixas etárias e sociais”, antecipa PDR. A Regional Centro Sul oferece energia e limpeza do espaço. Em vez da mudança de local, os rappers reivindicam policiamento especializado a cada apresentação.
A assessoria de imprensa da Regional Centro-Sul da Prefeitura de Belo Horizonte informa que, a pedido da Polícia Militar, promoveu uma reunião com os responsáveis pelo Duelo de MCs. A solicitação se deu devido ao fato de a área debaixo do viaduto não comportar o grande número de pessoas que participam do evento. Como a licença expedida vigora até dezembro, sugeriu-se a transferência para um espaço que permita à polícia maior controle de possíveis ocorrências, alega a assessoria da regional. VITRINE CULTURAL A moçada do rap belo-horizontino faz bonito: o hip-hop está ajudando a revitalizar a região da Praça da Estação, que promete ser um dos corredores culturais mais bacanas do país. A imensa área debaixo do Viaduto de Santa Tereza é um perigo, dor de cabeça para cidadãos e polícia. Mas virou palco, atraindo gente de todos os cantos da cidade – ponto de encontro da Zona Norte com a Zona Sul. Em vez de tirar o Duelo de MCs de lá, o certo seria montar esquema de policiamento eficiente, que garantisse o espetáculo. Assim como ocorre em megaeventos promovidos por patrocinadores chiques, lá mesmo na Praça Ruy Barbosa ou na Serraria Souza Pinto. Em quatro anos, o Duelo de MCs conquistou seu território. Alô, prefeito Márcio Lacerda: está ali uma bela vitrine do vigor cultural de BH. Carlos Drummond de Andrade e Fernando Sabino, que gostava de escalar os arcos do viaduto, certamente abençoariam a moçada que escolheu o porão de nosso cartão-postal para versejar. (material retirado do site uai) |
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